11 de dez. de 2015

A Metamorfose - Franz Kafka (resumo)


Aaaahhh! Quanto tempo fiquei sem postar aqui? Um século? Talvez... 
Bom, como isso é um blog pessoal e eu gosto de falar da minha vida (mesmo que ninguém esteja lendo), darei satisfações:
Seguinte, caro leitor,há pouco mais de 1 mês atrás eu concluí o ensino médio, sim, estou de férias desde o Enem, então me cadastrei em uma biblioteca aqui perto de casa, já que finalmente consegui tempo para ler e estou lendo muuuuuito.
Há muito tempo atrás (ainda estava no ensino fundamental) eu escrevi um resumo neste blog de um livro que fala sobre mitologia, O Destino de Perseu, desde então essa postagem tem tido um ótimo retorno (é a postagem mais acessada e comentada do blog), creio que ajuda muitos na escola e a sensação que eu tenho a respeito disso é maravilhosa.
O fato é que ninguém me aguenta quando eu fico empolgada para conversar sobre o que eu estou lendo, afinal, eu fico empolgada o dia inteiro, e eu assumo: ISSO É CHATO! Por fim, fico a atrofiar-me em um cantinho da casa, tentando guardar para mim tudo o que tenho a dizer. 
Como o que eu tenho a dizer não é inútil e as pessoas de minha convivência não se interessam (essa sociedade está perdida!!!), eu tive a genial e lerda ideia de colocar aqui no blog os resumos dos livros que li (yay!), já que eu sei que quem entrou aqui, certamente, se interessa.

Antes que eu comece a fazer uma biografia minha aqui, começarei o resumo do livro que li essa semana, A Metamorfose, de Franz Kafka. Comecemos então!!



É impossível falar de A Metamorfose sem antes citar o trecho que inicia a história:
 "Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso". 

PÁ!! Já um tapa na cara do leitor, que mal abre o livro e o bicho já tá pegando (com bicho eu me refiro ao inseto). Percebe-se logo que a história já começa do clímax, do modo mais anômalo possível, entretanto, tratado com muita naturalidade ao longo da novela.
O mais engraçado é que, a princípio, Gregor demora para se tocar que sofreu uma metamorfose, meio sonolento ele se pergunta "o que é que está acontecendo comigo?" e até pensa em voltar a dormir para esquecer as tolices da vida, mas não consegue porque sua nova forma não permite que ele se coloque em uma posição confortável. 
Ao ler o livro, nota-se que Gregor era um profissional dedicado e honesto que conseguiu sozinho, com sua profissão de caixeiro viajante, sustentar sua família (pai, mãe e irmã, que aliás, passaram por grandes complicações financeiras no passado) em uma casa grande e boa, e ainda pretendia pagar um conservatório para sua irmã que mostrava ter talento com música, ela tocava violino.
Na manhã que inicia o livro, Gregor mostra-se preocupado com o seu trabalho e pensa o tempo todo em levantar para pegar um trem, para que possa então prestar seus serviços, só que o tempo vai voando e ele encontra uma dificuldade enorme para levantar da cama, não sabe dominar sua patas fininhas, percebe que a parte inferior de seu corpo é mais sensível que a superior, não consegue nem descer da cama. Sua família o chama atrás da porta ao perceber que ele está atrasado, e, ao responder algo tipo "já estou indo", ele percebe que sua voz está alterada, mas talvez o material da porta tenha disfarçado sua diferença na voz.
Entre tantas dificuldades e filosofias de vida (Gregor cogita chamar alguém para ajudá-lo, mas teme a reação de seus familiares), lá vem o gerente da firma em que trabalha cobrar a sua presença (poderia ser um informante qualquer, mas por que não o gerente? Normal... sqn), tal fato mexe com os pais de Gregor, já que ele nunca foi de faltar no trabalho, logo, sua mãe comunica ao gerente que algo está errado e que seu filho possa estar doente, mas o gerente insiste em bater à porta de Gregor para que o mesmo lhe dê satisfações de sua falta.
O novo inseto começou a falar (e que baita discurso que ele fez) através da porta com o gerente, mas
de nada adiantou, já que sua voz já não soava mais humanamente, parecia mais um animal falando. O gerente achou que ele estivesse de brincadeira e a mãe reafirmou que ele estava doente e já foi chamando uma ambulância e um cara para derrubar a porta do quarto, entretanto, não foi necessário, Gregor tomou controle de suas patas e com sua forte mandíbula conseguiu, depois de muito tempo, abrir a porta e se situar em uma pequena frecha. Já foi o suficiente para gerar pavor naqueles que estavam presentes na casa. A irmã, Grete, antes mesmo de ver o irmão, já chorava por perceber que algo estava errado, a mãe gritava, o gerente retirou-se da casa, a empregada se demitiu e o pai pegou uma bengala e um jornal e foi cutucando Gregor até que ele entrasse novamente no quarto.
Gregor se machucou com as cutucadas e logo depois que entrou no quarto foi dormir, quando acordou, sua ferida havia cicatrizado e sentia cheiro de comida, era pão e leite que sua irmã havia deixado para que ele pusesse tirar proveito, e por mais que estivesse com fome e aprovasse o cheiro, o inseto provou o leite mas não degustava como antes, não achou nada apetitoso.
Percebendo que o irmão não aproveitou a comida, Grete colocou, no dia seguinte, restos de comida, alimentos que já eram considerados impróprios para o consumo humano, enfim, ela encheu o quarto dele de lixo e ele adorou, comeu deveras, ficou até mais gordinho, tanto que tinha dificuldades para se colocar no canapé dos móveis quando sua irmã entrasse no quarto, já que ele tinha medo de assustá-la.
Sua família havia mudado de comportamento, comia pouco, falava pouco, e deu um jeito de se virar economicamente sem o Gregor, usava o dinheiro que guardava há algum tempo, a irmã encontrou um emprego de garçonete, a mãe costurava e o pai ia buscar café da manhã para funcionários do banco.
Neste contratempo, Grete entrava diariamente no quarto do irmão para colocar comida, observava meios para que ficasse mais cômodo para ele, mas nunca tentava se comunicar ou se aproximar dele.
Teve um dia que Grete percebeu que o inseto gostava de andar pela parede e decidiu tirar os móveis do quarto para que ele pusesse se locomover melhor, pediu ajuda da mãe e Gregor tentou não aparecer, não quis interferir, até deu um jeito de colocar um lençol em cima dele, mas quando se tocou que elas poderiam tirar do quarto a imagem de uma mulher que ele adorava ficar olhando, ele se direcionou até a imagem e pôs-se a ficar parado em cima dela, quando a mãe voltou para o quarto e viu aquela imensa mancha marrom na parede que era seu filho, ela desesperou e desmaiou.
Grete correu pro outro quarto para procurar algum remédio para a mãe, o inseto seguiu como se quisesse dar algum conselho, mas quando a irmã viu, levou um susto e derrubou um vidro no chão que espirrou cacos e cortou a cara do bicho, logo o pai chegou e jogou uma maçã no Gregor, tava mais para um bombardeio de várias frutas, ele até tentou pisar no bichinho, mas só a maçã o machucou. O artrópode (não quero mais falar inseto ou Gregor, vai artópode!) demorou um tempão para se curar.
Até que houve outro episódio, o qual conta com a presença da própria família e agora de inquilinos, sim, os pais de Grete decidiram alugar os quartos da casa e tentavam manter a aparência do lugar o melhor possível. Em uma noite de janta com os três inquilinos, o pai os tratava melhor do que trataria qualquer um e pediu que sua filha tocasse violino para eles, o fato dos mesmos terem ignorado o fantástico talento de Grete, quer dizer... eles não ignoraram completamente, a princípio até apreciaram, mas não sentiam a música como Gregor sentia (mesmo sendo um inseto), não sentiam a música como Gregor queria que todos sentissem, e isso deixou Gregor louco, tanto que ele decidiu aparecer na sala para assustar os inquilinos (achou que finalmente sua monstruosidade serviria para alguma coisa), mas só fez atrapalhar, um inquilino cuspiu no chão e falou que rescindiria a locação do quarto, ou seja, ele invalidou a locação e os outros seguiram o mesmo caminho, a família ficou P da vida.
Depois dos inquilinos se colocarem em seus quartos, a irmã sentou-se na cadeira e ficou a esperar Gregor entrar de novo no quarto para então trancar a porta, feito isso, conversou com os pais sobre se livrar do irmão, já que, aparentemente, ele não ajudava mais, só fazia todos sofrerem e concluiu que se fosse mesmo um inseto com as atitudes de Gregor, ele já teria saído da casa.
Quando foi o dia seguinte, a faxineira abriu a porta do quarto de Gregor, como estava habituada a fazer já que era muito curiosa, e o encontrou morto, antes disso ele estava muito fraco e magro e a porrada que levou da maçã o machucou gravemente. A faxineira avisou e mostrou o cadáver de Gregor para a família, o pai foi até o quarto dos inquilinos e os expulsou da casa. Todos, comovidos, decidiram tirar o dia para repouso e então começaram a escrever uma carta para seus chefes de serviço, comunicando que iriam faltar, enquanto faziam tal ato, a faxineira, que por sinal era muito estranha, avisou estranhamente que não precisavam se preocupar com o quarto de Gregor, porque já havia sido limpo, como ele agiu com tamanha estranheza, o pai falou que iria demiti-la depois. 
Por fim, pai, mãe e irmã decidiram ir para o subúrbio da cidade e lá discutiram como prosseguiriam sem o Gregor, concluiu-se que eles iriam para uma casa menor e que Grete já estava se tornando mulher (ela tinha 17 anos), o próximo passo seria o casamento.

A novela escrita por Kafka é um tanto interessante e surreal, mas se colocada em paralelo com algumas situações vivenciadas por muitas pessoas, pode-se dizer que é uma ficção muito real.
Gregor é nada menos que um ser compreensivo porém incompreendido, sua família tentou se adaptar a ele, mas ele é incapaz de agir exatamente como era antes, apesar de desejar participar da vida da família e saber tudo o que se passa.
É como se você perdesse a capacidade de fazer muitas coisas, inclusive de falar, e as pessoas que te amam prometessem te ajudar justamente devido ao amor, mas diante das dificuldades, percebessem que este sentimento já não existe mais e que já aprenderam a viver sem você.
AAAh!! Antes de ir embora, eu queria deixar bem claro que, mesmo com as pessoas tendo mania de dizer que o inseto presente no livro é uma barata, não necessariamente podemos dizer que é tal, Kafka deixou que você imaginasse qual inseto é Gregor, deixou no ar.
Eu, por exemplo, com a minha cabeça nada perturbada, imagino uma mistura de besouro com barata, e você??

9 comentários:

  1. Adorei o resumo, A Metamorfose, de Franz Kafka realmente é um livro interessante. As reflexões que esse livro propõe podem ser facilmente aplicada em nosso cotidiano. Na minha opinião, o um dos pontos mais relevantes que você destacou é como as dificuldades podem superar o suposto amor das pessoas mais próximas, como no caso de Gregor. Apesar de uma ficção, será que em nossas vidas não tratamos as pessoas como o Gregor foi tratado? Assim como você, também faço parte do grupo seleto de "Chatos" que se empolgam com um assunto quando leio algo de interessante. Como, também, você escreveu, quem entrou aqui, certamente, se interessa. Apesar das pessoas de sua convivência poderem te achar "chata" e não se interessarem pelo assunto, eu particularmente acho muito interessante e acredito apenas os "chatos" podem se entender. Você deveria continuar a escrever nesse blog que, apesar de não ter muitas visitar, esconde preciosidades. Adoraria ver as pessoas visitando o seu blog diariamente, mas confesso que, assim como uma pessoa que tem receio de compartilhar seu bem precioso, eu não reclamo de ser umas das únicas pessoas que visitam seu blog.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Kifuji! Adorei o seu comentário! Suas reflexões são realmente muito relevantes para mim. Eu adoro leitores que se identificam. Digo com propriedade pq tenho mais de 30 leitores interativos acumulados nesse tempinho de blog 😂😂
      Tbm acho que esse blog esconde uma preciosidade. Mas é segredo. ♥️

      Excluir
    2. Então já tem mais de 30 leitores interativos, nesse tempinho de blog? Estou perdendo minha exclusividade. :(

      Excluir
    3. Tá nada. Nao é pq eu sou famosa que vc deixa de ser exclusivo.

      Excluir
  2. Outra coisa que eu esqueci! Eu imaginei uma barata.

    ResponderExcluir