8 de out. de 2018

O que há de Macabéa em mim
ou
Saída discreta pela porta dos fundos

      Tudo no mundo começou com um fim. Uma molécula teve fim para dar início a outra e assim nasceu a vida. Por isso, antes da minha história, já existia a pré-história, que é a da Macabéa. Todo mundo sabe que a Macabéa é "verdadeira, embora inventada", palavras da Clarice Lispector; que ela compõe o Rodrigo S. M., que compõe a Clarice, que conseguiu colocar em simples palavras a sua essência. Isso não é fácil, percebo agora.
      Mas não me vejo neste papel de Clarice. O de se esconder nas personagens. Então, agora, a personagem da minha história sou eu mesma. Eu sou a Macabéa, mas você deve me chamar de Luciana... ou Lu... ou Luce... ou tudo que se refere àquela menina pequenininha que se perde em um mar de gente, mas que, acima de tudo, está perdida em si.
      Só que eu não sou de todo a Macabéa da Clarice, ou melhor, do Rodrigo S. M.. Eu sou a Macabéa da Luciana. Personagem da minha "A Hora da Estrela". Eu me invento baseada em mim. As trajetórias são diferentes, mas as semelhanças estão no aspecto existencial. Ter que pensar nas minhas atuais condições... aaaarrrgh, muitas vezes prefiro não fazer. É o aspecto existencial que me incomoda, então digo que ele é o que há de Macabéa em mim.
      As semelhanças também estão naquela esperançazinha de ser uma estrela. Na vontade de pegar um batom vermelho e passar de qualquer jeito para me sentir a Marilyn Monroe (e que decepção!). São esses aspectos que me recordam das vezes que me lembro de mim, mesmo que não sejam frequentes. Então digo que eles também são o que há de Macabéa em mim.
      Eu poderia finalizar esse texto de maneira discreta (outro ponto em comum entre Macabéa e eu) e dizer que acabei de sair pela porta dos fundos, mas acho importante relembrar:
      Não se esquecer de que por enquanto é tempo de morangos (e de se questionar do porquê não dá morango o ano inteiro).
      Fim.

11 de set. de 2018

Pesquisas de intenções de voto ou O inferno está cheio de boas intenções

Isso é um texto de revolta.

É comportamental. O problema da democracia é o humano e o seu comportamento. Um dia alguém achou que a melhor forma de tomar decisões era fazendo um balanço dos interesses da maioria e isso originou a democracia. O "Dicionário de Política" de Norberto Bobbio define, baseado em várias citações de outros estudiosos, que a democracia é mais um método do que uma ideologia. Acho que convêm citar o último trecho da definição:
"O único ponto sobre o qual uns e outros poderiam convir é que a Democracia perfeita — que até agora não foi realizada em nenhuma parte do mundo, sendo utópica, portanto — deveria ser simultaneamente formal e substancial".
A democracia formal é a do povo. A substancial é para o povo.
Deixa de ser só uma ideologia porque é aplicada. Vira um método porque existe a necessidade de se contornar um problema. Aqui, agora, a teórica sou eu. TEÓRICA! A minha TEORIA é: o problema somos nóizes.
Nosso método não é perfeito porque se forem feitas "regras para esse jogo", elas nunca serão completamente respeitadas.
A regra que eu quero abordar nessa discussão (ou monólogo) também está no Dicionário de Política do Bobbio e diz o seguinte:
"Todos os eleitores devem ser livres em votar segundo a própria opinião formada o mais livremente possível, isto é, numa disputa livre de partidos políticos que lutam pela formação de uma representação nacional".
É irônico! Tudo que envolve nosso sistema, seja político ou econômico, é irônico.
É que um dia alguém achou que a melhor forma de tomar decisões era fazendo um balanço dos interesses da maioria e isso originou a democracia.
Daí em certo outro dia (leia como em época de eleição) alguém achou que divulgar pesquisas de intenções de voto era um bom auxílio de tomada de decisões. Mas, vejo eu, que tal ato tem servido mais para influenciar votos.
Não é livre quem escolhe seu candidato baseado em pesquisas de votos.
Eu sei! É tentador! Se perto do dia das eleições alguém te prova que a maioria de uma amostra de quantidade significativa de gente vai votar em um candidato que você não suporta, É LÓGICO que você vai querer votar em quem tem mais chance de derrubar seu oponente, segundo a pesquisa.
Mas essa decisão não é sua! Você não queria votar naquela pessoa! Você pesquisou e existe um candidato que compactua bem mais com as suas ideias e tem uma ficha bem mais limpa!
Se ninguém soubesse dos resultados da pesquisa, essa "decisão" seria evitada e os votos seriam legítimos.
Eu não digo que as pesquisas são anti-democráticas porque é regra da democracia quebrar as regras. Mas que elas nos distanciam da perfeição do nosso método, isso é indiscutível!
E O PIOR DE TUDO: as pesquisas de voto são feitas no mundo inteiro. Ou seja, dessa vez não foi o brasileiro que inventou moda.
Então, baseada na minha revolta, me aventurei no Google em busca de países que proíbem esse negócio que agora eu não quero nem escrever o nome (vamos chamar as pesquisas, a partir de agora, de "você sabe quem").
Para o meu espanto, não encontrei um país que a proibisse, mas achei um caso em que foram impostas restrições à sua divulgação em certo período antecedente às eleições (isso também é feito no Brasil, mas em um intervalo bem mais curto de tempo).
O ano foi 2013. O país, Itália. Ela restringiu as divulgações por um tempo de duas semanas antecedentes. Para nossa surpresa, deu merda.
Essa mania de fazer "você sabe quem" e divulgá-la já está encalacrada na mente humana. A mídia italiana passou a fazer pesquisas não registradas e espalhar rumores sobre as intenções de voto. Acabou que os resultados das eleições foram insuficientes para a resolução dos reais problemas italianos. Confusão total. 
Li nesse artigo que depois disso seria feita uma reforma eleitoral na Itália que repararia esse problema da divulgação das "você sabe quem". Procurei informações sobre o que virou, mas eu teria que aprender italiano para dizer o que foi modificado na reforma. Infelizmente, pouca gente se incomoda com os "você sabe quem", então pouco se fala sobre.

~Parte da postagem reservada para se estruturar no modelo "O Brasil que eu Quero" do Jornal Nacional~
O meu mais novo sonho é que se pesquise mais sobre os candidatos e que os votos sejam todos legítimos. Que fake news não interfiram nas decisões, bem como divulgações de pesquisas de intenções de voto. Esse ano tem-se a oportunidade de fazer algo muito importante para o futuro do Brasil. Então sejamos otimistas, verdadeiros e que o melhor aconteça!
Amém? Amém! 

5 de mai. de 2018

O jovem na política brasileira


Oi você!! 
Você é jovem quando tem menos de 25 anos, segundo o IBGE. Mas meu texto serve para todas as idades.
Um dia pediram que o dramaturgo Nelson Rodrigues desse um conselho aos jovens. A resposta foi "envelheçam".
Bom, eu sou jovem e eu juro que estou tentando envelhecer, mas isso é um processo que exige muita paciência. Não minha, é claro. Jovem não tem paciência 😒. Por isso é jovem. Os velhos é que tem que esperar a gente amadurecer, porque eles já sabem esperar!!
Mas brincadeiras à parte. Meu objetivo é fazer uma análise do comportamento da geração Y, a juventude atual, na política brasileira.

OS JOVENS


Bom, eu, como jovem, confesso que faço muitas burradas e falo muitas asneiras, mas me interesso por assuntos de cunho político. O problema é que meu foco maior é Enem. É muito bom fazer a prova de Humanas se você entende de política. O que eu quero dizer é que eu nunca fui ensinada a gostar de política. É muito comum se pensar que política é coisa de adulto. Meu interesse por política se relaciona aos meus interesses.
Agir segundo os próprios interesses é politicagem. Quando eu penso em política só pra garantir o meu próprio bem, eu estou fazendo politicagem.
Quando eu me relaciono com pessoas de maneira astuta, discuto questões importantes de maneira eficiente e respeito as regras, eu estou fazendo política.
O jovem atual é político. Ama discutir nas redes sociais sobre microassuntos que vão aparecendo todos os dias e bater boca com os pais para conquistar seus direitos. Mas pouco se interessa pela política que envolve os políticos corruptos e todas aquelas questões complicadas de leis, ou pelo nome de algumas personalidades importantes do Tribunal de Justiça, muito menos pelo nome do próprio governador da cidade e o que ele faz.
Isso parece ser um problema, mas só evidencia um novo comportamento político que está se desenvolvendo. O jovem atual não se importa com o partido político em si, ou com quem faz a política. Ele se interessa e se revolta por causas. 
Diz pra mim se você não conhece um jovem que se engajou por questões como a morte de Marília Franco ou pela prisão do ex-presidente Lula? Aposto que conhece!
O problema do jovem atual é que ele quer tudo de imediato e isso torna muitas discussões inúteis.
Precisamos aprender a discutir, pesquisar e ler um artigo do começo ao fim.
E não é só isso não, a política também tem que se adaptar às novas gerações.
Existe uma plataforma chamada Politize! que ensina vários conceitos políticos de uma forma bem simples e fácil de entender.
Existe também um partido político na Espanha chamado Podemos que é formado por jovens e que defende causas. É ativo nas redes sociais e faz esquetes políticas no youtube. Acima de tudo, é forte.
O problema de desinteresse do jovem por política é que ela está ultrapassada.
Só que de nada adianta levar a política pra internet e o jovem ficar com a bunda bonita na cadeira enquanto direciona seus dedos revoltados no teclado (parece alguém tipo eu). 


Trouxe dados, pra fechar e refletir:


https://istoe.com.br/380009_O+QUE+OS+JOVENS+PENSAM+SOBRE+A+POLITICA/
Por hoje é só.
Kissus



25 de fev. de 2017

Linha do tempo: Entenda como ocorreu a ocupação da Amazônia

Trabalhadores partem para a Amazônia no início do século 20 (Acervo Jean Pierre Chabloz)

Borracha, madeira, soja, minério, pecuária - ou simplesmente o sonho de ter um pedaço de terra. Foram muitos os motivos que, historicamente, levaram brasileiros de todas as regiões à Amazônia.
Há sinais desse movimento desde a época do descobrimento, mas foi no governo de Getúlio Vargas (1930-1945) que a colonização da floresta passou a ser vista como estratégica para os interesses nacionais. Era a época da Marcha para o Oeste.
Foram anos de incentivos governamentais à exploração da floresta. Estradas foram abertas para facilitar o desenvolvimento da região. Durante a ditadura militar, a política para a Amazônia ficou conhecida pelo lema "Integrar para não Entregar".
Junto com a ocupação e o desenvolvimento da região veio também a destruição do bioma. Estima-se que, na década de 1970, as derrubadas tenham atingido 14 milhões de hectares, número que deve chegar a 70 milhões de hectares nos dias atuais.

Os primórdios: Os portugueses descobrem a Amazônia

Durante muitos anos, grande parte do que se conhece hoje pela Amazônia pertencia aos espanhóis - graças ao Tratado de Tordesilhas, assinado com Portugal em 1494. Mas as primeiras expedições à região foram acontecer apenas anos depois, a partir de 1540.
Apesar de a maior parte da terra estar sob domínio dos espanhóis, foram os portugueses que mais se interessaram sobre aquela área: era preciso protegê-la da invasão de outros países, como Inglaterra, França e Holanda.
Em 1637, Portugal encomenda a primeira grande expedição à região, com cerca de 2 mil pessoas. A exploração de frutos como o cacau e a castanha ganham uma forte conotação comercial.
A partir do século 18, a agricultura e a pecuária passam a ter papel fundamental na região. Como a mão-de-obra indígena já não era mais suficiente, os negros africanos também chegam à região como escravos.
Em 1750, com o Tratado de Madri, Portugal passa a ter direito sobre as terras ocupadas na região Norte do país. É o início do estabelecimento da fronteira brasileira na região amazônica, que culmina finalmente no século 20 com a anexação do Estado do Acre.

Fim do século 19: Surge o ouro negro

Outro grande marco na história da ocupação da Amazônia foi a Revolução Industrial. Com suas fábricas operando a todo vapor, a Inglaterra encontrou na floresta brasileira uma importante matéria-prima: a borracha, também chamada na época de "ouro negro".
Recrutamento de trabalhadores para a Amazônia (Acervo Jean Pierre Chabloz)
Imigrantes eram recrutados para trabalhar nos seringais da região
Incentivados pelo governo, milhares de brasileiros e estrangeiros decidem migrar para a região. Estima-se que, entre 1870 e 1900, 300 mil nordestinos tenham migrado para região.
Os imigrantes eram recrutados para trabalhar nos seringais, mas não tinham direito às terras. Os seringais eram administrados por famílias tradicionais locais, que lidavam diretamente com as exportadoras inglesas instaladas na região.
A exportação da borracha gera riquezas nunca antes vistas na região, o que permite construir as primeiras grandes obras, como o Teatro da Paz (Belém, 1878) e o Teatro Amazonas (Manaus, 1898). Estradas de ferro, como a Madeira-Mamoré, também são erguidas.
O primeiro boom da borracha dura pouco. Já em 1900, o produto começa a ser fortemente explorado na Ásia, interrompendo a primazia brasileira nesse mercado. A região amazônica entra em decadência.

Uma segunda chance à borracha brasileira

Na década de 1940, a borracha brasileira encontra uma segunda chance: com a Segunda Guerra Mundial, os aliados perdem acesso ao produto asiático, colocando o Brasil novamente na rota do comércio mundial.
Propaganda para atrair trabalhadores para a Amazônia (Acervo Jean Pierre Chabloz)
Governo lançou campanha para atrair trabalhadores para a Amazônia
País em plena expansão, os Estados Unidos tinham especial interesse na borracha brasileira. Ciente disso, o governo brasileiro firma um acordo com os americanos: eles investem no Brasil e o governo brasileiro se encarrega de arregimentar nova mão-de-obra para os seringais da Amazônia.
O então presidente Getúlio Vargas (1930-1945) defende a "Marcha para o Oeste". De acordo com a historiadora Maria Liege Freitas, da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, Getúlio é o primeiro presidente brasileiro a ver na Amazônia uma "importância estratégica".
"Getúlio tinha uma preocupação geopolítica e via na floresta um peso importante, sobretudo em função das fronteiras", diz a historiadora.
O esforço de seu governo para atrair trabalhadores à floresta surte efeitos. Nas principais capitais do país, especialmente no Nordeste, são instalados postos de recrutamento. O suíço Jean-Pierre Chabloz é contratado para criar uma campanha chamando os brasileiros à Amazônia, que passa a ser conhecida como o "Novo Eldorado".
Mais uma vez, o ciclo de riqueza dura pouco. Terminada a guerra, os Estados Unidos suspendem os investimentos, e a Amazônia volta a sofrer com a decadência econômica.

Anos 1960: "Integrar para não Entregar"

O início da ditadura (1964) também deixa suas marcas na ocupação da Amazônia. Dentro de um discurso nacionalista, os militares pregam a unificação do país. Além disso, é preciso proteger a floresta contra a "internacionalização". Em 1966, o presidente Castelo Branco fala em "Integrar para não Entregar".
Castelo Branco
Castelo Branco lançou o lema "Integrar para não Entregar"
Também nessa época começam as grandes obras rodoviárias em direção à Amazônia. A Transamazônica é inaugurada em 1972 e, dois anos depois, fica pronta a Belém-Brasília.
Por meio da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), o governo oferece uma série de incentivos aos interessados em produzir na região. Mas segundo o historiador Alfredo Homma, "os subsídios são direcionados aos mais favorecidos".

Apesar da onda migratória, praticamente todas as terras ainda pertenciam oficialmente à União e aos Estados.

Anos 1970: O perigo do desmatamento

Após anos de incentivos à produção e à ocupação da Amazônia, os sinais de destruição ficam mais claros. Em 1978, a área desmatada chega a 14 milhões de hectares.
Longe dali, uma descoberta iria influenciar o futuro da Amazônia: em 1974, Frank Rowland e Mario Molina provam que substâncias utilizadas em aerossóis e sistemas de refrigeração destroem a camada de ozônio.
Foto de arquivo
Área desmatada na Amazônia chegou a 14 milhões de hectares em 1978
O assunto ganha repercussão internacional e os desmatamentos nas florestas também passam a ser questionados.
Até então, a discussão ambiental era vista como uma questão "burocrática" ou como de "intimidação por parte daqueles que se sentiam prejudicados", diz Homma.
Um novo fenômeno mexe com a vida das pessoas: a venda e a disputa por terras. Torna-se cada vez mais comum o comércio de terras, muitas vezes sem controle ou documentação. Era comum os lotes serem cercados sem o devido controle do governo.
Em 1976, o governo faz a primeira regularização de terras na Amazônia. Uma Medida Provisória permitiu a regularização de propriedades de até 60 mil hectares que tivessem sido adquiridas irregularmente, mas "com boa fé".
A população da Amazônia Legal chega a 7 milhões de pessoas.

Anos 1980: O ambientalismo de Chico Mendes

As discussões sobre meio ambiente começam a mudar na década de 1980. O assassinato do líder sindical Chico Mendes, em 1988, é considerado um "divisor de águas" na história da Amazônia.
Chico Mendes
Morte de Chico Mendes foi "divisor de águas" na história da Amazônia
Foi a partir desse crime que o governo brasileiro passou a sofrer pressões - inclusive internacionais - a respeito de suas políticas para a Amazônia.
O governo reage com algumas iniciativas, mas, segundo os historiadores, as ações são ainda pontuais e insipientes.


Anos 1990: O impacto da soja

A realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, batizada de Eco-92, coloca definitivamente a questão ambiental e a Amazônia na pauta das grandes discussões mundiais. A ideia de que as florestas precisam ser preservadas conquista o imaginário popular.
Área no Pará desmatada pelo cultivo de soja
Produção de soja se transforma em um dos vilões do desmatamento
Ao mesmo tempo, a soja chega à Amazônia. O grão, que desde a década de 1970 já figurava entre os principais produtos da pauta de exportação brasileira, é adaptado ao cerrado e se transforma em um dos vilões do desmatamento.
A produção atrai uma nova leva de imigrantes, dessa vez do Sul e Sudeste do país.
Durante a década de 1990, a área total desmatada volta a dar um salto, chegando a 41 milhões de hectares.

Anos 2000

Segundo o IBGE, a população da Amazônia Legal chega a 21 milhões de pessoas em 2000.
Os estudos sobre os impactos humanos sobre a Floresta Amazônica tornam-se mais consistentes. Um estudo da ONG Imazon, realizado em 2002, aponta que 47% da Amazônia está sob algum tipo de pressão humana.

Área desmatada na Amazônia chega a 70 milhões de hectares
A pecuária passa a ser responsável pelo desmatamento de grandes áreas. Entre 1990 e 2003, o rebanho bovino da Amazônia Legal cresceu 240%, chegando a 64 milhões de cabeças.
Mesmo após algumas tentativas do governo de regularizar as posses na Amazônia, estima-se que metade das propriedades tenha algum tipo de irregularidade fundiária.
De 2003 a 2009, o governo abriu mão de 81 milhões de hectares de terras federais, que foram utilizadas para assentamentos de reforma agrária, preservação ambiental ou para projetos indígenas.
Ainda assim, 67 milhões de hectares de terras federais continuam oficialmente sob a responsabilidade da União.
Em fevereiro de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva envia ao Congresso a Medida Provisória 458, que prevê a transferência dessas terras. Em junho, a MP é sancionada pelo presidente e vira lei.
A área desmatada da Amazônia chega a 70 milhões de hectares.


24 de fev. de 2017

Positivismo, orientalismo e darwinismo social: por que a sociedade ainda é tão primitiva?

Era um momento escuro na França. Regimes despóticos e intermináveis alternavam entre si e a população passava fome. Eis que Saint Simon, um dos principais defensores dos ideais iluministas, contou a Comte, seu bff❤, o que ele achava da sociedade. Mostrou-lhe, na história, as vantagens do racionalismo e o quanto o desenvolvimentos de técnicas foi uma mão na roda para a humanidade (literalmente).
Comte, que não era besta nem nada, estava louco para sair da escuridão e todo mundo sabe que, nessas horas de crise, uma loucura cai muito bem. Usou-se dos recursos científicos que tinha e passou a aplicá-los na sociedade, como se ela fosse um objeto de estudo. Concluiu que a ciência é essencial para organizar a sociedade e que era a chave para levá-la ao progresso.
Nessa linha de raciocínio, acabou dividindo o desenvolvimentos social em fases, baseadas em sua Lei dos Três Estágios: teria a sociedade passado por uma fase teológica, onde não se pensava, apenas se acreditava; uma fase metafísica, onde havia tido uma misturinha de religião e cientificismo; e a fase positiva. Bem sugestivo dizer que a última etapa, que você já deve ter entendido que é inteiramente científica, é positiva, um estágio muito bom.
Difícil não comparar os estágios de evolução da sociedade com os da evolução das espécies (talvez nem seja tão difícil diferenciar humanização de hominização). EU SEI... não foi Comte que criou o darwinismo social, mas ele chegou bem perto. Baseado nisso,  tornou-se natural (no sentido mais enraizado dessa palavra) falar sobre sociedades primitivas e desenvolvidas... como se aquelas que tivessem chegado ao terceiro estágio fossem perfeitas. Pois bem, não eram e não são. Comte quebrou a cara quando viu que cidades industrializadas portavam indivíduos sem moral nenhuma e que só se preocupavam com dinheiro. Eis que ele criou uma religião científica (a religião da humanidade) para desempenhar o papel daquelas religiões que ele julgava primitivas: moralizar as pessoas. Claro que ele não criou nenhum Deus, mas imortalizou intelectuais para que se desenvolvesse altruísmo voluntário entre os indivíduos. Não por causa de algum Deus, mas para que houvesse ética e depois a ordem. Essa parte, eu confesso, é bonitinha, mas ainda é positivismo e faz aqueles que chegaram ao terceiro estágio se sentirem ainda mais superiores. Bom, continuando... daí surgiu o lema "O amor por princípio e a ordem por base. O progresso por fim". Te parece familiar?
Well, well... a respeito do Darwinismo Social, que foi citado anteriormente, ele, juntamente com o pensamento positivista, deu caminho para diversas formas de preconceito que existem até hoje. Aliás, se pensar melhor na teoria de Darwin, quando se fala em diferenças entre uma mesma espécie e se pergunta se são vantajosas ou não, a resposta é uma: depende. Quando se fala em evolução e se pergunta se é sinônimo de progresso, a resposta é certa: não. Então por que, até hoje, sente-se tanto a necessidade de julgar o que é superior? Por que as sociedades ocidentais falam e escrevem tanto sobre as orientais? Sabia que os orientais nem falam tanto da gente? E por que são sempre os mesmos pensamentos sobre um tema só? Ora, porque ainda é vigente um pensamento positivista, ainda se acredita no mito da superioridade do homem branco, ainda se pensa, equivocadamente, sobre o darwinismo na sociedade.
O segredo do progresso não é um civilizar o outro para que se possa viver melhor. Darwinismo Social que é Darwinismo é cada sociedade se adequar à sua própria condição, então alcançar a ordem e, consequentemente, o progresso. E quem sabe o amor. É ou não é?

11 de dez. de 2015

A Metamorfose - Franz Kafka (resumo)


Aaaahhh! Quanto tempo fiquei sem postar aqui? Um século? Talvez... 
Bom, como isso é um blog pessoal e eu gosto de falar da minha vida (mesmo que ninguém esteja lendo), darei satisfações:
Seguinte, caro leitor,há pouco mais de 1 mês atrás eu concluí o ensino médio, sim, estou de férias desde o Enem, então me cadastrei em uma biblioteca aqui perto de casa, já que finalmente consegui tempo para ler e estou lendo muuuuuito.
Há muito tempo atrás (ainda estava no ensino fundamental) eu escrevi um resumo neste blog de um livro que fala sobre mitologia, O Destino de Perseu, desde então essa postagem tem tido um ótimo retorno (é a postagem mais acessada e comentada do blog), creio que ajuda muitos na escola e a sensação que eu tenho a respeito disso é maravilhosa.
O fato é que ninguém me aguenta quando eu fico empolgada para conversar sobre o que eu estou lendo, afinal, eu fico empolgada o dia inteiro, e eu assumo: ISSO É CHATO! Por fim, fico a atrofiar-me em um cantinho da casa, tentando guardar para mim tudo o que tenho a dizer. 
Como o que eu tenho a dizer não é inútil e as pessoas de minha convivência não se interessam (essa sociedade está perdida!!!), eu tive a genial e lerda ideia de colocar aqui no blog os resumos dos livros que li (yay!), já que eu sei que quem entrou aqui, certamente, se interessa.

Antes que eu comece a fazer uma biografia minha aqui, começarei o resumo do livro que li essa semana, A Metamorfose, de Franz Kafka. Comecemos então!!


29 de jul. de 2013

Substantivo

A morfologia tem como objeto de estudo as palavras, mas não quando inseridas em um contexto, e sim quanto suas funções.
Palavras com funções em comum se adequam a uma classe gramatical, essas são:

  • substantivo; 
  • adjetivo;
  • artigo;
  • numeral; 
  • verbo;
  • pronome;
  • advérbio;
  • preposição;
  • conjunção;
  • interjeição.

A primeira classe gramatical que estudaremos será o substantivo, portanto... dedo, mouse, o clique, botão, seta →